Will Smith é o maior astro do cinema norte-americano. Ou alguém tem alguma dúvida disso? Se não, quem seria? Tom Cruise (que foi demitido da Paramount e teve seu último filme - LEÕES E CORDEIROS - massacrado pela crítica e ignorado pelo público?)? Brad Pitt (que conseguiu a façanha de NÃO ser indicado ao Oscar por BABEL - apesar do filme ter sido um dos campeões de indicações no ano passado; que teve seu último filme - O ASSASSINATO DE JESSE JAMES PELO COVARDE ROBERT FORD - ignorado pelo público e pela grande crítica, apesar de premiado em Veneza; ou cujo último sucesso de público foi TREZE HOMENS E UM NOVO SEGREDO, e isso porque contava com a companhia de nomes como George Clooney e Matt Damon)? Clooney? Damon? Johnny Depp (que só quer ser visto pelo espectador como Capitão Jack Sparrow em PIRATAS DO CARIBE)? Não, nenhum desses consegue bater Smith, que se dá bem não importa qual seu objetivo, se conquistar a crítica (À PROCURA DA FELICIDADE) ou o público - e o recente EU SOU A LENDA é um ótimo exemplo deste caso!
Desde os anos 70 diferentes estúdios em Hollywood desejavam refilmar o romance de Richard Matheson, que já havia sido levado às telas anteriormente em duas ocasiões. Nomes como Arnold Schwarzenegger, Ridley Scott, Michael Douglas, James Cameron, Guillermo Del Toro e Michael Bay chegaram a estar envolvidos neste projeto, mas nenhum conseguiu ir muito adiante. Só quando o protagonista de filmes como HOMENS DE PRETO e INDEPENDENCE DAY disse "sim" é que finalmente as coisas começaram a andar. E do modo como ele decidiu: o diretor escolhido foi Francis Lawrence (CONSTANTINE) e o roteirista escalado foi o vencedor do Oscar Akiva Goldsman (UMA MENTE BRILHANTE). E tudo isso para contar a história do último homem na Terra. Que, como já adianta o cartaz, não está sozinho!
A trama de EU SOU A LENDA começa com uma notícia fantástica - a descoberta da cura do câncer, feita por uma pesquisadora inglesa (Emma Thompson, em participação especial). O problema começa seis meses depois, quando descobre-se que esta vacina gera efeitos colaterais - um novo vírus, que acaba transformando 99% da população mundial em seres monstruosos sensíveis à luz, quase como vampiros, o que termina ocasionando a morte da grande maioria da humanidade. Os que sobrevivem estão sempre escondidos, esperando o sol se pôr para se alimentar vorazmente de animais ou dos poucos sobreviventes biologicamente imunes e, portanto, não infectados. Will é uma dessas pessoas, que por acaso vem a ser também um cientista, desde então empenhado em encontrar uma cura para este mal terrível.
Durante dois terços do filme Will Smith está sozinho em cena, acompanhado apenas do pastor alemão Sam. E, por incrível que pareça, ele segura muito bem a atenção da platéia, nos deixando ligados em cada movimento seu, desde a nova rotina em casa até suas saídas pela cidade devastada. O perigo está em cada esquina, em cada viela escura, em cada prédio abandonado. E somos sabiamente relembrados disso a todo instante. O que não quer dizer que não sejamos pegos de surpresa a cada novo susto. No restante final da história dois outros sobreviventes imunes aparecem - entre eles, a atriz brasileira Alice Braga, sobrinha de Sônia Braga e presente em filmes como CIDADE DE DEUS e CIDADE BAIXA. E a menina se sai muito bem, assumindo sua brasilidade, porém sem estereótipos constrangedores ou um sotaque carregado.
Não deixa de ser curioso um filme em que a grande vilã acaba sendo Emma Thompson e que o mundo é salvo graças a ajuda de uma brasileira. E, apesar desta bizarra conjectura, EU SOU A LENDA é diversão das boas, cinema-pipoca de qualidade, cheio de bons efeitos especiais, atores competentes no domínio de suas habilidades e uma trama que se não surpreende, ao menos não aborrece pela obviedade. Uma ótima pedida para esse período de férias. Basta apenas não exigir além da conta. Afinal, Smith sempre cumpre o que promete!
I am Legend, EUA, 2007
(nota 7)
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Um comentário:
Heheh, te imitei e agora coloco no meu blog os filmes que vi com as respectivas notas :-) bjo! Ana G.
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